O termo inglês “machine learning” – aprendizado de máquina, em português – é usado para denominar um ramo da Inteligência Artificial que se baseia na ideia de que máquinas, sistemas e programas podem aprender, identificar padrões e tomar decisões, com a mínima intervenção humana. Ele nasceu do reconhecimento de padrões, bem como da teoria de que as máquinas podem aprender tarefas além das quais foram programadas para executar.
Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de uma ciência nova, mas sim um campo de estudo que vem crescendo e se desenvolvendo com tremenda intensidade recentemente.
A expressão “machine learning” foi criada por Arthur Lee Samuel, um dos pioneiros da inteligência artificial, em 1959. Ele descreveu o conceito como “um campo de estudo que dá aos computadores a habilidade de aprender sem terem sido programados para tal”.
Contudo, o machine learning começou a tomar forma apenas com o advento da Internet. Isso porque, conforme a rede de dados e informações coletadas e armazenadas na web ia crescendo, tornava-se necessário encontrar um meio automatizado de organizar todo o conteúdo.
Essa necessidade conversava diretamente com o machine learning, pois sua premissa era identificar padrões a partir da análise de dados. Com isso, algo muito importante surgiu: o Big Data – uma tecnologia capaz de armazenar toneladas de dados oriundos das mais diversas fontes na web. Seus algoritmos varrem a exorbitante montanha de dados e, ao identificar padrões, conseguem fazer previsões baseadas neles.
Efetivamente, ao longo de diversos anos de pesquisa, a teoria sobre o aprendizado das máquinas confirmou-se verdadeira. A capacidade de aprendizado das máquinas têm sido posta à prova e, cada vez mais, podemos entender o funcionamento desse processo.
Uma descoberta importantíssima foi a da interatividade do aprendizado de máquinas. Isso significa que elas são capazes de se adaptar, de forma independente, aos novos dados a que são expostas. Inclusive, elas conseguem aprender a partir de versões anteriores de si mesmas, ou de outros programas, produzindo assim, a partir de uma espécie de “memória”, resultados cada vez mais confiáveis e assertivos.
Esse processo ocorre através da aplicação de complexos cálculos matemáticos, e quanto mais a máquina reinicia o processo, mais rápido ele se torna; sempre mais automático e mais preciso.
Inevitavelmente, essas tecnologias têm chamado a atenção das mais diversas áreas profissionais, pois, como ignorar uma oportunidade de otimizar as atividades exercidas em um nível sobre-humano?
O mercado online é uma grande prova da democratização do machine learning. Ao identificar um padrão de buscas de um usuário, o sistema apresentará anúncios e propagandas vinculados a esse padrão – mostrando os melhores preços, os produtos de melhor qualidade, etc. O compartilhamento da localização exata, a partir de permissões de GPS nos dispositivos móveis, fornece dados para que a máquina trace padrões e aprenda o perfil do usuário.
Os dados aprendidos por estes sistemas são verdadeiras munições para as empresas. Através deles, as companhias e marcas conseguem desenvolver estratégias melhorar seus serviços e produtos, aumentando a eficiência do impacto que exercem sobre seu público-alvo.
Empresas de marketing, e de diversas outras áreas, têm se beneficiado com o uso da inteligência artificial e do machine learning. Organizações que lidam com contabilidade, tributação e até mesmo questões jurídicas, vêm encontrando na tecnologia as melhores soluções para lidar com questões burocráticas e otimizar atividades morosas, repetitivas e com muitos detalhes.
A partir da tecnologia, essas empresas conseguem oferecer resultados mais assertivos aos seus clientes, reduzindo absurdamente o índice de falhas. Na área do direito, inclusive, o machine learning conquistou um papel importantíssimo no julgamento de casos com um precisão e imparcialidade muito semelhante à de juízes.
O machine learning tomou proporções tão gigantescas, que tem auxiliado até no entendimento do funcionamento do cérebro humano. As chamadas redes neurais, criadas por cientistas computacionais, utilizam o machine learning para aprimorar inteligências artificiais que foram desenhadas para desvendar mistérios sobre a mente humana.
É inegável o potencial transformador da tecnologia machine learning, bem como seus impactos em nossa sociedade. Aos poucos, mas cada vez mais rápido, a maneira como vivemos, trabalhamos, consumimos e nos comunicamos têm mudado drasticamente. As mudanças soam como uma aproximação aos filmes de ficção científica, e isso não deve nos assustar.
Devemos receber essas mudanças de braços abertos, pois elas são relances do futuro, hoje.
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