A reforma tributária prevê, além simplificação do atual sistema, uma nova tributação chamou a atenção dos brasileiros: o Imposto Seletivo (IS), popularmente conhecido como “Imposto do Pecado”. Este tributo visa taxar produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, tornando-os mais caros.
A seguir, entenda como funcionará o IS e quais produtos podem ser afetados pelo tributo Lembrando, além da simplificação da carga tributária no Brasil, substituindo cinco dos principais tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição Sobre Bens Serviços (CBS).
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A ideia do “imposto do pecado” é desestimular o consumo de determinados produtos nocivos, tornando-os mais caros. No caso do Imposto Seletivo, a tributação incidirá sobre a produção, comercialização ou importação desses produtos.
O IS substituirá parte das arrecadações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), aliviando a carga do IBS federal e preservando a Zona Franca de Manaus e a cota-parte dos municípios no IPI, que deixará de existir.
A proposta é baseada no “Sin Tax” norte-americano, onde produtos como álcool, tabaco, doces e combustível são taxados, tornando-os mais caros. No Brasil, a expectativa é que itens como bebidas açucaradas, veículos poluentes e produtos derivados de tabaco estejam na lista dos taxados pelo IS.
Tabaco e álcool já são altamente taxados no Brasil. Com o novo imposto seletivo, espera-se uma alíquota ainda maior, proporcional ao teor de nicotina e alcoólico, tornando esses produtos mais caros. A ideia é desincentivar o consumo e, ao mesmo tempo, arrecadar recursos para programas de saúde pública.
As bebidas açucaradas, incluindo refrigerantes, serão um dos principais alvos do imposto seletivo. Estudos demonstram que a alta ingestão de açúcar está relacionada a diversas doenças crônicas, como obesidade e diabetes. A tributação dessas bebidas visa desestimular seu consumo, tornando-as mais caras.
O IS também incidirá sobre veículos, aeronaves e embarcações poluentes. A alíquota será definida com base em critérios como eficiência energética, pegada de carbono e uso de materiais recicláveis. Veículos sustentáveis terão alíquota zero, incentivando o uso de tecnologias limpas e tornando os veículos poluentes mais caros.
Produtos como petróleo, gás natural e minério de ferro também estarão sujeitos ao imposto seletivo. A alíquota será proporcional ao impacto ambiental causado pela extração e utilização desses recursos, tornando-os mais caros.
Os alimentos ultraprocessados estão no centro das discussões sobre o novo “Imposto do Pecado”. Embora o projeto de lei complementar enviado ao Congresso não tenha incluído todos os ultraprocessados na lista de produtos que serão taxados, a exclusão desses alimentos não é definitiva.
Como dito, atualmente, bebidas açucaradas, como refrigerantes, estão confirmadas na lista de produtos que sofrerão incidência do Imposto Seletivo. Essa medida visa combater o consumo excessivo de açúcar, que está associado a diversas doenças crônicas.
Produtos como biscoitos recheados, salgadinhos, barras de cereais, macarrão instantâneo, sopas de pacote e sorvetes ainda não foram incluídos, apesar das recomendações do Ministério da Saúde e de entidades da sociedade civil.
Lembrando que a inclusão de ultraprocessados no “Imposto do Pecado” tem como principal objetivo desestimular o consumo de alimentos que são conhecidos por serem prejudiciais à saúde.
Enquanto muitos apoiam o “imposto do pecado” como uma medida para melhorar a saúde pública e proteger o meio ambiente, há críticas quanto à sua efetividade e possíveis consequências negativas. Especialistas apontam que tributações elevadas podem incentivar o contrabando de produtos, como ocorre com o tabaco atualmente, tornando o mercado legal mais caro e o ilegal mais atrativo.
Além disso, setores como a indústria de bebidas açucaradas e de veículos argumentam que o imposto pode prejudicar a competitividade e a inovação tecnológica. Por outro lado, defensores do imposto seletivo ressaltam a importância de políticas que promovam a saúde pública e a sustentabilidade ambiental, mesmo que isso torne alguns produtos mais caros.
O texto da PEC ainda não definiu a seleção exata de produtos que serão taxados no Brasil. A reforma tributária precisa ser aprovada pelo Senado, e o texto pode sofrer alterações. Após a aprovação, será necessária a regulamentação por lei para que o IS comece a ser cobrado, tornando certos produtos mais caros.
A proposta da reforma tributária, sob a relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é um substitutivo às PECs 45 e 110 e define a substituição dos tributos sobre o consumo por um imposto sobre o valor agregado, o IBS, pago pelo consumidor final. Especialistas estimam que o novo tributo unificado deve ser de ficar em 26,5%, mas a alíquota exata será regulamentada após estudos da Receita Federal.
A introdução do Imposto Seletivo Federal representa um passo significativo na reforma tributária brasileira, alinhando-se a práticas internacionais de tributação de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Embora a medida enfrenta críticas e desafios, seu objetivo principal é promover um consumo mais consciente e sustentável, mesmo que isso torne alguns produtos mais caros. A definição final dos produtos taxados e das alíquotas específicas ainda dependerá da aprovação e regulamentação no Senado.
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