A Reforma Tributária tem como fundamento a reestruturação e a simplificação da forma como se cobram de impostos no Brasil, visando também a alteração do método de arrecadação. A expectativa é que essa medida contribua para mitigar a complexidade excessiva do sistema tributário nacional, considerando que são realizadas, em média, 55 modificações nas normas tributárias a cada dia útil.
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Importante lembrar que no dia 20 de dezembro de 2023, o Congresso promulgou a Reforma Tributária. No entanto, diversas Leis Complementares e regulamentações adicionais devem ser publicadas nos próximos meses e anos. Estas serão responsáveis por estabelecer as regras detalhadas do novo cenário tributário.
Neste artigo, você irá compreender os aspectos fundamentais relacionados ao questionamento central sobre ‘o que é reforma tributária?’ e quais as possíveis transformações práticas na vida dos contribuintes.
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A reforma tributária é a reorganização da forma como se tributa. Partindo da premissa de simplificar e reduzir onerosidade excessiva na hora de pagar impostos. Essa simplificação vale tanto para pessoa jurídica quanto para pessoa física.
Em linhas gerais, será um conjunto de mudanças e ajustes nas leis e regulamentações relacionadas aos tributos, com o objetivo de aprimorar o sistema de arrecadação e torná-lo mais eficiente e justo.
O tema vem sendo debatido no Brasil desde 1990 e, ao longo de décadas, o Brasil enfrentou dificuldades para realizar uma reforma tributária significativa. Vários presidentes, incluindo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010), Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula novamente, tentaram promover mudanças, mas sem sucesso.
As propostas incluíram emendas constitucionais, medidas provisórias e projetos de lei. No entanto, nenhum desses esforços resultou em uma reforma abrangente. O último episódio envolve a PEC 45/2019, que está tramitando no Congresso e já tem boa parte de seu texto validado pela Câmara e pelo Senado, restando apenas alguns tópicos para ir à sanção presidencial e se tornar lei de fato.
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Na prática, a principal mudança a partir da Reforma Tributária será a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), no caso do Brasil um IVA Dual, já que teremos um imposto que vai unir os tributos federais e outro para os estaduais e municipais. Mas quais serão esses impostos?
👉 A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de responsabilidade do governo federal, será implementada em 2026, substituindo os tributos federais PIS, Cofins e IPI. A transição para essa mudança ocorrerá de maneira generalizada em 2027.
👉 O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS (imposto estadual) e o ISS (imposto municipal), será administrado de forma compartilhada entre Estados e municípios. A entrada gradual para os contribuintes está programada para ocorrer no período de 2026 a 2032.
De forma bem objetiva, podemos resumir os objetivos da Reforma Tributária em três pontos, são eles:
➡️ Cadeia tributária simplificada: Com a redução do número de impostos e a mudança na forma em que serão cobrados, haverá uma redução significativa no tempo e dinheiro gastos pelas empresas ao acertarem as contas com o Fisco. Para se ter uma ideia, hoje, 1,2% dos custos das empresas e indústrias estão relacionados ao pagamento dos impostos.
➡️ Maior transparência para todos: Devido à simplificação e à unificação de impostos, tornar o sistema tributário mais claro e compreensível para a população.
➡️ Maior geração de empregos e estímulo à economia: Havendo uma redução da complexidade do sistema tributário, espera-se atrair mais investimentos e estimular o crescimento econômico.
Já quando olhamos para o outro lado da balança, podemos visualizar alguns pontos negativos a partir da aprovação da Reforma Tributária.
➡️ Não equidade entre Estados: com as regras que se desenham atualmente na Reforma Tributária, teremos Estados perdendo em termos de arrecadação, o que já vem gerando um aumento de ICMS por parte de governos como do DF e do RS, o que deve onerar de imediato alguns setores.
➡️ Setores com aumento de carga tributária: com o elevado número de segmentos incluídos na lista exceções, ou seja, que pagarão um valor menor do que o “IVA cheio”, outras áreas irão arcar com essa compensação, tendo um maior aumento da carga tributária. Porém, esse é o ponto de maior debate da Reforma Tributária e ainda não está totalmente definido.
➡️ Dificuldade de implementação e regramento complementar: a partir da implementação do texto-base da Reforma Tributária, há alguns regramentos, como o que vai explicar qual será a taxa paga pelos segmentos que arcarão com um valor diferenciado do IVA, que serão esclarecidos por meio de Lei Complementar. Esses “nós” geram instabilidade e podem onerar esses segmentos, já que não saberão como se preparar para tais ajustes. Além disso, essa falta de clareza pode reduzir as potencialidades dos empresários dos setores.
Se aprovada definitivamente, a fase de transição da Reforma Tributária terá início em 2026 e está prevista para valer integralmente a partir de 2033. Entretanto, para que esse cenário se concretize, o texto ainda precisa ser validado pela Câmara, que pode fazer ajustes em relação a esse período, antes de seguir para a sanção presidencial.
Abaixo, você pode conferir o cronograma com a linha do tempo da transição da Reforma Tributária:
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