A sonegação fiscal é um tema recorrente no cenário empresarial brasileiro, despertando tanto interesse quanto preocupação. A crença de que essa prática passe despercebida pelos órgãos fiscais está equivocada. Na verdade, os avanços tecnológicos e as mudanças regulatórias têm tornado a evasão tributária cada vez mais difícil de acontecer.
Dessa forma, a sonegação fiscal é um problema relevante no Brasil, causando impactos significativos na economia do país. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o Brasil perde cerca de R$ 417 bilhões por ano devido à sonegação de impostos, além disso, o estudo mostra que o faturamento não declarado pelas empresas chega a R$ 2,33 trilhões por ano. Esses números alarmantes evidenciam a necessidade premente de abordar esse problema de forma eficaz.
Contrariando a crença de que a sonegação permanece inadvertida, é importante ressaltar que os órgãos fiscais possuem amplo acesso aos documentos das empresas, permitindo uma análise minuciosa de suas operações. O compartilhamento de dados fiscais e cadastrais entre as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme estipulado pelo Art. 2º da LEI COMPLEMENTAR Nº 199, DE 1º DE AGOSTO DE 2023, possibilita a interligação das informações entre as empresas, o que efetivamente complica qualquer tentativa de evasão tributária.
A nova Lei Complementar nº 199/2023, que institui o Estatuto Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias, é um marco importante na luta contra a sonegação fiscal. Essa lei traz consigo medidas relevantes, como a emissão unificada de documentos fiscais eletrônicos, o compartilhamento de dados fiscais e cadastrais, e a automação da escrituração fiscal. Essas mudanças simplificam o processo de fiscalização e contribuem para uma maior transparência.
A tecnologia desempenha um papel crucial na fiscalização e no combate à sonegação fiscal. Assim como no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), em que a tecnologia é empregada para identificar discrepâncias nas declarações, as empresas também estão sob conferência tecnológica. Os órgãos fiscais utilizam sistemas avançados para analisar informações e detectar possíveis irregularidades, contribuindo para uma abordagem mais precisa e eficaz na identificação da sonegação.
É comum que contribuintes acreditem que podem sonegar impostos sem serem descobertos. No entanto, essa crença não se deve à sua habilidade em ocultar informações, mas ao impacto financeiro que uma autuação pode ter. A atenção fiscal às empresas está em ascensão, e as auditorias regulares são agora mais vantajosas para o Fisco do que o custo de uma autuação.
Em última análise, a conduta fiscal correta e transparente é crucial para evitar autuações e problemas futuros. Cumprir as regulamentações e práticas de fiscalização é uma atitude sábia e responsável, que não apenas beneficia a empresa, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
A sonegação fiscal é um desafio complexo que não pode ser subestimado. É essencial reconhecer que os órgãos fiscais possuem meios eficazes para identificar irregularidades e evasão tributária. A tecnologia e as mudanças regulatórias estão tornando a fiscalização mais precisa e detalhada, dificultando a prática da sonegação. A nova Lei Complementar e suas medidas de simplificação são um passo importante para combater esse problema.
Portanto, é imperativo que empresários, contadores e advogados adotem uma postura ética e em conformidade com as obrigações tributárias. A conduta fiscal correta não apenas evita autuações, mas também contribui para a construção de uma base tributária sólida e para o desenvolvimento sustentável do país. A transparência e o cumprimento das obrigações tributárias são fundamentais para uma sociedade mais justa e para o crescimento econômico duradouro.
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