O pacote fiscal apresentado pelo ministro Fernando Haddad propõe um conjunto de medidas para ajustar as contas públicas e tentar garantir a sustentabilidade fiscal do Brasil. As propostas geraram debates por sua abordagem mais restritiva, especialmente no que diz respeito à reestruturação de benefícios sociais e aos cortes em despesas públicas. Com a meta de economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, as ações visam alinhar o orçamento ao arcabouço fiscal aprovado em 2023.

Entre os principais pontos, destacam-se os novos gatilhos fiscais que limitam despesas em caso de déficit primário e a maior reforma do Imposto de Renda na história do país, que busca ampliar a faixa de isenção e tornar o sistema tributário mais progressivo. As mudanças visam promover algum equilíbrio nas contas públicas, mas apresentam desafios na adaptação às novas regras.

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Quais serão as restrições de benefícios fiscais?

Uma das medidas indicadas no pacote é a limitação rígida para a criação, ampliação ou renovação de benefícios fiscais. Essa abordagem visa conter a expansão das renúncias fiscais, mas levanta preocupações sobre o impacto no setor produtivo.

  • Fim de novos benefícios em caso de déficit: a partir de 2025, se o governo registrar déficit primário, a criação ou renovação de incentivos fiscais será proibida no exercício seguinte. Isso afeta diretamente políticas que buscam estimular setores estratégicos, como tecnologia, energia e agronegócio.
  • Tributação mínima para os mais ricos: a proposta introduz uma alíquota mínima para pessoas físicas com renda superior a R$ 50 mil, buscando aumentar a arrecadação e reduzir desigualdades. No entanto, a medida gera preocupações sobre o impacto no ambiente de negócios, especialmente para profissionais liberais e investidores de alta renda.
  • Revisão de benefícios tributários existentes: o governo pretende revisar incentivos já em vigor, impactando setores que dependem desses benefícios para competitividade, como a indústria e o comércio exterior. 
  • Reajuste de pessoal: a partir de 2027, aumentos reais para servidores públicos serão limitados a 0,6% se houver redução nas despesas discricionárias. 

Reforma do imposto de renda: principais aspectos do projeto fiscal

Outro destaque do pacote é a reforma do Imposto de Renda, apresentada como a mais ampla da história do país.

  • Aumento da faixa de isenção: A nova faixa de isenção será de até R$ 5 mil mensais, ampliando significativamente o número de contribuintes isentos.
  • Tributação progressiva dos mais ricos: Será instituída uma alíquota efetiva mínima para os 1% mais ricos da população, atualmente com média de 4,2% de tributação. 
  • Revisão de benefícios específicos: Benefícios fiscais para aposentados por moléstias graves ou acidentes serão revisados, e ajustes sistêmicos serão implementados para evitar elisão e evasão fiscal.

Ajustes do pacote fiscal em benefícios sociais

Além da abordagem fiscal, o pacote também promove mudanças nos critérios de acesso a benefícios sociais.

  • Abono salarial: a limitação do benefício a trabalhadores com renda de até R$ 2.640 pode excluir milhões de brasileiros que antes tinham acesso ao abono. A transição para 1,5 salário mínimo ao longo dos anos é vista como uma forma de restringir gradualmente o alcance do programa.
  • BPC (Benefício de Prestação Continuada): a obrigatoriedade de recadastramento e a inclusão de novas fontes de renda no cálculo da elegibilidade podem dificultar o acesso ao benefício por parte de idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade.

Reestruturação orçamentária e gatilhos fiscais do pacote fiscal

O governo propõe uma série de medidas para alinhar o orçamento federal às metas do arcabouço fiscal, com cortes e restrições que impactam diretamente o funcionamento da máquina pública e a alocação de recursos.

  • Emendas parlamentares: limitação do crescimento das emendas impositivas e discricionárias, com 50% dos recursos destinados à saúde. Essa medida reduz a autonomia dos parlamentares na alocação de recursos, gerando tensão política.
  • Supersalários: a regulamentação do teto salarial e o fim de benefícios como a “morte fictícia” nas Forças Armadas visam cortar privilégios, mas enfrentam resistência de setores específicos.
  • Educação e subsídios: cortes em subsídios e restrições na expansão da educação em tempo integral são apresentados como medidas de contenção de gastos, mas podem limitar avanços em áreas estratégicas para o desenvolvimento.

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